quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Nordeste a indústria da seca

Trata-se de um fenômeno natural, caracterizado pelo atraso na precipitação de chuvas ou a sua distribuição irregular, que acaba prejudicando o crescimento ou desenvolvimento das plantações agrícolas.
O problema não é novo, nem exclusivo do Nordeste brasileiro. Ocorre com freqüência, apresenta uma relativa periodicidade e pode ser previsto com uma certa antecedência. A seca incide no Brasil, assim como pode atingir a África, a Ásia, a Austrália e a América do Norte.
No Nordeste, de acordo com registros históricos, o fenômeno aparece com intervalos próximos a dez anos, podendo se prolongar por períodos de três, quatro e, excepcionalmente, até cinco anos. As secas são conhecidas, no Brasil, desde o século XVI.
As chuvas no semi-árido nordestino normalmente ocorrem de dezembro a abril. Quando elas não chegam até março, é sinal de que haverá seca. Muitas vezes fica sem chover dois ou três anos; em casos excepcionais, a falta de chuvas pode durar até cinco anos, como aconteceu de 1979 a 1984.

A seca no Nordeste é um problema sócio-político e não climático

Região de domínio do clima semi-árido, com vegetação de caatinga, destacando-se a pecuária extensiva de corte, com baixo rendimento.
Cultiva-se o algodão no Ceará e na Paraíba; nos vales secos dos rios é praticada a cultura de vazante. O Sertão possui significativas áreas mineradoras, tais como: Jaguarari (BA), produtora de cobre; Brumado (BA), produtora de magnesita.
A área do Polígono das Secas tem um índice pluviométrico variável de 300 a 800 mm/ano. Essa condição é agravada pela elevada média térmica, que contribui para a grande evaporação, a qual, somada à grande irregularidade na distribuição das chuvas, explica a semi-aridez da região.
A falta de chuvas regulares no Nordeste resulta de três fenômenos, segundo técnicos do INPE: a temperatura da água do Oceano Atlântico, o fenômeno El Niño, no Pacífico, e a pouca umidade atmosférica.
Segundo técnicos do INPE e cientistas da USP, a região atingida pelas secas é muito menor do que a delimitada pela Sudene. Na verdade, há uma “indústria da seca” exagerada para atrair verbas federais.
A seca no Nordeste é um problema sócio-político e não climático, pois já existe tecnologia capaz de garantir o sucesso da atividade agropecuária em regiões semi-áridas. Mas o que se criou foi uma indústria da seca que traz lucros aos grandes proprietários, em detrimento da grande massa da população.

O Sertão nordestino apresenta as menores incidências de chuvas

Dentre os muitos aspectos apresentados pela Região Nordeste o que mais se destaca é a seca, causada pela escassez de chuvas, proporcionando pobreza e fome. 
A partir dessa temática é importante entender quais são os fatores que determinam o clima da região, especialmente na sub-região do sertão, região que mais sofre com a seca. 
O Sertão nordestino apresenta as menores incidências de chuvas, isso em âmbito nacional. A restrita presença de chuva nessa área é causada basicamente pelo tipo de massa de ar aliado ao relevo, esse muitas vezes impede que massas de ar quentes e úmidas ajam sobre o local causando chuvas. 
No sul do Sertão ocorrem, raramente, chuvas entre outubro e março, essas são provenientes da ação de frentes frias com característica polar que se apresentam e agem no sudeste. As outras áreas do Sertão têm suas chuvas provocadas pelos ventos alísios vindos do hemisfério norte. 
No Sertão, as chuvas se apresentam entre dezembro e abril, no entanto, em determinados anos isso não acontece, ocasionando um longo período sem chuvas, originando assim, a seca. 
As secas prolongadas no Sertão Nordestino são oriundas, muitas vezes, da elevação da temperatura das águas do Oceano Pacífico, esse aquecimento é denominado pela classe cientifica de El Niño, nos anos em que esse fenômeno ocorre o Sertão sofre com a intensa seca.